Um Caderno, uma caneta e Eu

Um Caderno, uma caneta e Eu




Desde criança o que mais gosto de ganhar é caderno e canetas

Blocos, cadernetas, agenda
Grandes, pequenas
com linhas, em branco

Quer me ver feliz da vida, pular de alegria ou abrir o sorriso mais largo que você já viu?

Me dê caderno e caneta!

Quando fiz intercâmbio, na primeira semana na Espanha fui em uma vendinha e comprei 2 cadernos e algumas canetas. Com 3 meses de intercambio comprei mais canetas. E faltando 1 mês para voltar ao Brasil comprei um caderno lindo em Valência.
É quase uma obsessão, na verdade você deve estar achando que realmente é uma obsessão. mas eu amo escrever
Não consigo escrever vidrada no computador, sou das antigas,

gosto de sentir o cheiro das folhas do caderno,
 o cheiro da tinta da caneta tocando o papel, 
gosto de ver as palavras se formando pelas minhas mãos. 
Tenho calo nas mãos e nos dedos, e amo todos eles, 
são fruto do que mais amo fazer na vida, tenho orgulho dos meus calos.

Eu tenho um caderno que é meu xodó, nele estão alguns, se não todos, os poemas e cartas de uma vida inteira. Eu sempre tive todo cuidado do mundo com esse caderno, é quase um troféu.
Mas nos últimos anos me afastei muito do que gosto, parei de escrever, fiquei muito tempo sem escrever um verso. Nesse meio tempo houve muitas mudanças, e agora que voltei a escrever feliz fui em busca deste caderno e percebi que não sei onde ele esta. Acho que o perdi, talvez com todas as mudanças.

Primeiro entrei em desespero: _ "Não Acredito que isto esta acontecendo!"_

Depois veio o sentimento de culpa: _"Como pude perder?"_

Ai a tristeza tomou conta: _"Perdi todo meu trabalho, todo amor que dediquei naquelas folhas..."_

Procurei, revirei, Chorei
Revirei e Procurei novamente
E Nada!

Dai em minha mente começou uma luta de MMA entre pensamentos que tentam me dizer que devo me conformar e ao mesmo tempo dizem que devo deitar na cama e me enterrar em minha depressão de artista desolado.
Eram versos lindos cobertos de simplicidade
Eram cartas de amor 
Eram poemas magníficos feitos com muita verdade

Mas por coincidência, obra do destino, ou coberto de acaso. Hoje ganhei a mais bela lembrança:

Um bloco cheio de folhas em branco, dados de boa vontade. 

Corri a mão em algumas folhas, limpas e brancas, e pensei num estalo: talvez esse seja um novo começo. Talvez deva desapegar do passado e olhar para o futuro.
Numa folha em branco você pode escrever o que quiser, levar a história para onde quiser
Quase nunca temos essa oportunidade na vida! A oportunidade de escrever um novo fim é quase nunca oferecida.
Então com humildade e pleno agradecimento devo aceitar. Tenho a chance de reescrever novos poemas, de compor novos versos, e desenvolver novas cartas.

Uma chance que se tem entre um caderno, uma caneta e Eu. 

De: Jéssica Siqueira


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